Mãe... 
África!

Embala o meu destino
Nas folhas das bananeiras
Agora que o meu caminho
Se encheu de nuvens rasteiras.

Ó Mãe...
África!
Minha Deusa!

O que faço a tanta saudade?
Desta reminiscente verdade?

Hoje preciso ser leoa,
que de olhos fechados, descansa.
Na aridez áspera do deserto.
Preciso de estar mais perto
Por ti
Por mim
Por meus irmãos
Que raspam a fome do chão!

Ó Mãe,
África!
Minha Deusa!

Necessito...
Insisto...
Não desisto!

Quero cobrir este frio arrepiante
com as folhas das palmeiras!
Ah, beber todas as lágrimas 
Dos olhos das tuas crianças.

Hoje preciso ser gazela,
para correr nestes campos áridos
Como quem foge da fome,
Ignóbil, inconcebível!
Imperdoável!

Perdoa-me, Mãe África!

                                                                                                            Eduarda de Oliveira Garcia n° 7